O Amor Dá-me Tesão - Não Fui Eu que Estraguei


Pain II - The Day After

"How do you pick up the threads of an old life? How do you go on, when in your heart you begin to understand... there is no going back? There are some things that time cannot mend. Some hurts that go too deep, that have taken hold."

Pain II

"Eu sei que não, seria um sacrilégio mudar a cor a esses olhos!"

Pain

"I give up, I give in, I let go, let's begin, cause no matter what I do my heart is filled with you"


Pequeno


Estou sem paciência para pessoas pequenas, pensamentos pequenos, atitudes pequenas.
Talvez porque tudo que me rodeia é pequeno, até eu mesma.
De dias pequenos em fases pequenas, me mexo todos os dias pequenos.
E se montar o puzzle de todos os dias pequenos com todas as pessoas pequenas, torna-se uma pequenez enorme.
E porque a pequenez me dá azia, nem comer em prato grande consigo.
E o prato é tão pequeno, tão pequeno, que só me lembra da pequena grande falha que é a minha existência.
Dizem que a vida é feita de pequenos momentos, e que toda a grande corrida é feita de pequenas metas e pequenas batalhas.
Mas esta batalha de nada tem pequeno, a não ser a pequenez da minha alma, o clichê de em nada pequeno ser o que sinto e o que me falta.
E se de pequeno em pequeno se constrói algo tão mau, preciso de um grande momento gordo como o tamanho de uma casa - e não da alma.
E até a casa grande, que antes era pequena, se torna imensa porque a pequena luz que me rodeia não chega sequer para aquecer-me a mim.
E é horrível sentir-me encolhida, quando sei que fora de portas o que transmito são grandes momentos de sorriso aberto, que mais parecem pequenas facadas certeiras.
São fases pequenas de pessoas pequenas que pensavam que, de pequeno em pequeno, se mudava o mundo.

Letras de Fogo

A vida é uma pena que escreve e reescreve,
Num passo de ser e ver
A noite recoberta de fantasia,
O dia expurgado de tinta,
O mundo inexistente do que existia.

É uma verdade que queima,
Que lateja profanamente
Na pele insensível de quem sente,
Ao captar uma ave que voa
Com penas de madrepérola em fogo,
A beleza do maldito, do herege.


E sem ter, possui palavras que ferem,
Um sinfónico toque baptismal,
A marca de mudança, infundada esperança,
De que as pálpebras quando cerram
São estrelas que apagam o Sol.


Antigas e nobres citações
De uma vida insana de loucura,
Sondada em grutas escuras e iluminadas
Por candeias de um ferro sedoso,
Oxidado por tempestuosos e decadentes
Doces soluços lacrimais.


Pois a vida é uma pena que escreve e reescreve
Palavras que flutuam nas frases
Em letras do mais ardente fogo,
De um espírito que se deixa guiar
Pela luz do que está por escrever.




Antes do Pôr-do-Sol

Eu: Estar sozinha é melhor do que sentar-me perto dum amante e sentir-me só. Não é tão fácil para mim ser uma romântica. Começas dessa forma e, depois de teres sido tramada algumas vezes, tu ... tu esqueces-te acerca de todas as ideias ilusórias, e apenas aceitas o que entra na tua vida. A verdade é que nunca fui muito tramada, apenas tive muitos ... relacionamentos de treta (...); não havia uma ligação real ou excitação. Pelo menos não do meu lado.


Tu: Sinto muito ... Isso é mesmo assim tão mau? Não é, certo?


Eu: Sabes, nem sequer é isso ... Eu estava bem. Até ter lido o teu livro. Agitou merdas para fora. Recordou-me como era genuinamente romântica, de como tinha tanta esperança nas coisas ... e agora é como se ... eu não acredito em nada relacionado com o amor, já não sinto nada pelas pessoas. De certa forma, pus o meu romantismo todo “naquela noite", e nunca mais fui capaz de sentir aquilo de novo. Como se de alguma forma "aquela noite" tivesse tirado coisas de mim, eu expressei-as a ti e tu levaste-as contigo! Fez-me sentir fria, como se o amor não fosse para mim!

Tu: Eu não acredito nisso! Eu não acredito nisso!

Eu: Sabes que mais? Realidade e amor são quase cantraditórias para mim. É engraçado!!! (...) Mas o que significa o amor da tua vida? O homem certo? O conceito é absurdo; a ideia de que só podemos ser completos com outra pessoa é ... DIABÓLICA!!!

Tu: Posso falar???

Eu: Sabes, eu acho que já me partiram o coração vezes demais, e depois recuperei. Então agora, sabes, desde o começo, não faço nenhum esforço, porque sei exactamente o que vai acontecer...

Tu: Não podes fazer isso!!!! Não podes viver a tua vida a tentar evitar dor (...).
...


(...)
Foi um momento
O em que pousaste
Sobre o meu braço
Num movimento
Mais de cansaço
Que pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não?

(...)


Fernando Pessoa

Por esta não contava..
Tem corpo -e meio-
fugiu-me a calma
(de olhar meigo

e sorriso matreiro)
apanhou-me a alma...

« Questões de Moral»

Tenho zero safadeza, faço a cama, ponho a mesa p'ra jantar.
Nunca fui de ponta-e-mola, nunca me baldei à escola p'ra passear.
Sou um puto diferente, até já li o Gil Vicente sem nunca me queixar.
Tomo conta das Irmãs e p'las manhãs sou o primeiro a acordar.


Aprendi da maneira complicada a moral aprimorada do Papá.
Sei que não posso roubar, nem a dormir nem a sonhar com as alegrias que aqui não há.
Vou tentando cuidar de entender a propriedade e porque é que há malta má.
Mas se por cada coisa boa vou ficar melhor pessoa porque não ser mau p'ra já?


Às vezes dou por mim com cada mariquice que a família põe-se logo 'abusar.
Levar com a sexta mordidela e ser bonzinho p'rá cadela já me está a chatear.
Ver a infância passar co'este medo de errar, "olha o exemplo, olhas as Irmãs".
Vem a Avó e vem a Tia; todas pregam todo o dia. Não pedi por mais Mamãs.


Porque é que o bom é melhor que o mau?
Porque é que o Mal é pior que o Bem?
Porque é que é certo ser cara-de-pau, mas está mal ser filho-da-mãe?


Porque é que o bom é melhor que o mau?
Porque é que o Mal é pior que o Bem?
Porque é que é certo ser cara-de-pau, mas está mal ser filho-da-mãe?

Essa dor não Existe



Dessa dor só te lembras nas alturas em que inventas vãos motivos para sofrer.
Essa dor não a trazes.
Essa dor só a usas quando queres fingir que não sabes rir.
Essa dor não existe.
Essa dor nunca a sentiste.
Essa dor não a tens (tu isso sabes, não sabes?)
Essa dor não te serve.
Essa dor só a vestes quando já não tens mais nada a dizer.
Essa dor dá-te jeito.
Essa dor é perfeita para termos todos pena de ti.
Essa dor não é nada.
Essa dor só acaba com o que ainda resta de ti. (Mas isso sabes, não sabes?)
Porque é que dela precisas?
Será mesmo que acreditas que o que não foi é aquilo que hoje te rói?
Não te maces, não te canses.... Não te mates, pois outros Homens virão fazer de ti o que eles são.
Essa dor não é tua, acho que a achaste na rua, ingrato resto de alguém.
Essa dor não é nada.
Essa dor só acaba com o que ainda resta de ti.
Essa dor não existe.
Essa dor nunca sentiste, por isso sabe-te bem.
(Isso tu sabes que eu sei.)

Principezinho

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

A fonte secou




Não quis guardá-lo para mim
E com a dimensão da dor
Legitimar o fim
Eu dei
Mas foi para mostrar
Não havendo amor de volta
Nada impede a fonte de secar

Mas tanto pior
E quem sou eu para te ensinar agora
A ver o lado claro de um dia mau

Eu sei
A tua vida foi
Marcada pela dor de não saber aonde dói
Mas vê bem
Não houve à luz do dia
Quem não tenha provado
O travo amargo da melancolia

E então rapaz então porquê a raiva
Se a culpa não é minha
Serão efeitos secundários da poesia

Mas para quê gastar o meu tempo
A ver se aperto a tua mão
Eu tenho andado a pensar em nós
Já que os teus pés não descolam do chão
Dizes que eu dou só por gostar
Pois vou dar-te a provar
O travo amargo da solidão

Tenho andado a pensar em nós
Já que os teus pés não descolam do chão
Dizes que eu dou só por gostar
Pois vou dar-te a provar
O travo amargo da solidão

É só mais um dia mau, mau, mau.

Cama

Um dia qualquer
Subirei para uma cama
onde não exista gente
que ama
e dormirei (f)errada;

pois gente que o sente
não entende
que a (dor)mente
é só gente só ausente
a quer dormir.

Bump in the road

"It often happens that the real tragedies of life occur in such an inartistic manner that they hurt us by their crude violence, their absolute incoherence, their absurd want of meaning, their entire lack of style. They affect us just as vulgarity affects us. They give us an impression of sheer brute force, and we revolt against that."

in The Picture of Dorian Gray

Couple

Marion: "To someup the four hours of discussion that followed, it's not easy being in a relationship, much less to truelly know the other one and accept them as they are with all their flaws and bagadge. Jack confessed to me his fear of being rejected if I truelly knew him, if he showed himself totaly bared to me. Jack realised after two years of being with me that he didn´t know me at all nor did I know him and to truelly love each other we needed to know the truth about each other even if it's not so easy to take. So i told him the truth, wich was I never cheated on him and I told him that I had just seen Matheu that afternoon. He did not get mad at me because nothing had happened, of course. I confessed to Jack that the toughest thing for me was to decid to be with someone for good, the idea that "this is it, this is the man I'm going to spend the rest of my life with", to decide that I'm going to make the effort to stay and work this out and not run off the minute there's a problem is very dificult for me. I told him I could not be for just one man for the rest of my life. It was a lie but I said it anyway. He asked me if I thought I was a squirel, colecting men like nuts to put away for cold winters. I thought it was quite funny. Then he said something that hurt my feelings. The tone changed drastically, then I missunderstood what he was saying, I thought he meant he didn´t loved me anymore, and that he wanted to break up with me.

It always fascinated me how people go from loving you madly to nothing at all. Nothing. It hurts so much. When I feel someone is going to leave me, I have a tendency to break up first before I get to hear the whole thing. Here it is. One more, one less. Another wasted love story. I really love this one. When I think that its over, that I'll never see him again like this... well yes, I'll bump into him, we'll meet our new boyfriend and girlfriend, act as if we had never been together, then we'll slowly think of each other less and less until we forget each other completely. Almost. Always the same for me. Break up, break down. Drunk up, fool around. Meet one guy, then another, fuck around. Forget the one and only. Then after a few months of total emptiness start again to look for true love, desperately look everywhere and after two years of loneliness meet a new love and swear it is the one, until that one is gone as well. There's a moment in life where you can't recover any more from another break-up. And even if this person bugs you sixty percent of the time, well you still can't live without him. And even if he wakes you up every day by sneezing right in your face, well you love his sneezes more than anyone else's kisses."


in 2 Days in Paris (September 2007)

Shiu

Pois é, não é?

E entranha-me na carne como punhais

Marcam-me o dia como anos

Fazem dos silêncios a palavra mais proferida.


Pois é, não é?

E faz-me sufocar por dentro

O tom rouco e cansado,

O que não pode ser feito termo nem escrito.


Foto: Olhares

(...)
e é assim na complicação
dos dias maus
que vejo reflectido no teu rosto
a razão dos meus dias maus.

A ti...

A ti, que me roubaste toda a calma, paz, serenidade para todo o sempre, tenho a dizer-te que não te odeio, porque não posso, porque não me é permitido, e porque te conheci e te conheço desde o meu primeiro dia. Tenho a dizer-te, que se precisares de mim, estarei lá, mas sempre com a noção de que és cruel, egoísta, imaturo, machista, mau, porco, burro, que não gostas de mim porque te achas superior a todos e a tudo que é regras, a pior pessoa que conheço, e que os meus pés estarão sempre quatro km atrás e os meus olhos bem abertos.

A Ti (porque sois "um só"), tenho a dizer que não conheço melhor, e que tudo de bom dentro de mim veio porque Te tinha comigo e bem perto. Quero dizer-Te que Te reconheço todo o esforço, todo o amor, todo o sofrimento por mim, e que todos os sacrifícios feitos não serão em vão, porque chegarei onde posso e onde quero. A Ti, que me deste tudo o que tenho, devo não só o meu passado mas também o meu futuro, porque sem o passado que me construís-Te, não seria Grande como esperam.

A ti, que não vales nenhum, que me roubaste segurança, que me mentiste a ponto de ficares sem dentes e que andas no mundo por ver andar os outros e que te rias da minha cara quando eu chorava, tenho a dizer-te que me és indiferente. E por ser assim, desejo-te que sejas "nada" feliz, ou feliz em "nada", porque só "nada" me trouxestem e "nada" me deste de jeito. Ainda tentaste, mas não
És suficiente, nem És que chegue, porque do vazio vieste e para o vazio caminhas frustrado. Por isso, espero que sejas tão "nada" na vida como o que "nada" dás aos outros.

A ti, meu amigo do peito, te digo não ter pensado claramente quando me aproximei. Sim, sempre fui sincera, transparente, mas o meu medo de partires e a confusão no cérebro e na alma, não me permitiu deixar-te entrar. Não tinha vontade nem força para mudanças, e no hábito me confortei. Mas te digo que, neste momento, quando olho para "vós", penso que não houve erro na minha decisão (ou na falta dela). Vejo-vos firmes e apaixonados há tantos anos, vejo-vos como um dia gostaria de me ver acompanhada. E por isso fico tão feliz...!!!

A ti, tenho a dizer que és um palerma, desiquilibrado, e que devias procurar ajuda psicológica. E sobre ti mais nada digo, porque seria dar-te demasiada importância.

A ti... Pffff, quem és tu mesmo???

A ti, que é pequena a história, tenho a agradecer o carinho e a força que me deste sem saber. Tenho a dizer-te que foste a "super-cola" que precisei para juntar cacos e tenho que te pedir desculpa porque retirei de ti o que precisei, fui embora, e deixei-te só.

A ti... A ti... Sei lá que te diga a ti. Sei que me foste tão grande, mas que de grande tens pouco. Sei que me foste tão importante, mas a importância que tens agora é discutível. Sei que me foste "mais que tudo" (e foste), e, como não podia deixar de ser, deste (demos) cabo de "mais que tudo" o que tinha de bom em mim, e fiquei azeda, desconfiada. Por ti (nós), torço o nariz quando sinto que estou bem, porque já não estou habituada a sentir-me relaxada. Por ti (nós), penso automáticamente no meio de fuga a tudo que me pareça penoso, e sofro por antecipação. Por ti (nós), abri a torneira da alma e rompeu-se os canos, não sabendo agora como a fechar. Por ti (nós) fui pior pessoa, pior amiga, pior companheira, pior mulher. Por ti (nós) há feridas que são tão fundas, que desespero às vezes a pensar numa maneira de as fechar. E não consigo...

A ti, deste-me os melhores dias, meses, e ano da minha vida. És o melhor companheiro que existe à face da Terra. Não é que goste de te ver chorar, mas não existiu ninguém que o tenha feito de alma e corpo enquanto a minha alma e o meu corpo chorava também. Lembro-me e relembro-me da tua alegria extrema com os meus sucessos, da tua falta de preguiça para mim e para coisas minhas, da tua genica e força apesar de teres mais que motivos para perder toda a fé nos Homens. Lembro-me com saudade extrema do teu ouvido atento e da tua predesposição para entenderes tudo. E do que mais me lembro é só de uma frase: "Senta-te e fala comigo". E lembro-me e faz-me falta o companheirismo, os jantares a dois na treta, ou de jantar fora como amigalhaços de jornada, da partilha de coisas boas e de coisas más. Lembro-me e faz-me falta saber que conheço alguém tão bem como a mim própria, que não esconde o que é, o que sente, o que precisa, o que lhe faz falta. Porque a mim o silêncio mata-me, desconforta-me, assusta-me e da-me vontade de fugir... E principalmente lembro com amor todos os abraços sinceros, e todas as palavras sentidas e mais que sentidas, e isto sei ser a mais pura das verdades.
A ti, agradeço todos os pequenos almoços na cama, todas as "papinhas especiais para princesas :)", todos os esforços e mais alguns para receberes e te integrares com "os meus", agradeço-te até o facto de me perguntares de que côr achava eu melhor que pintasses as paredes da sala. Porque são actos tão simples, mas tão significativos do quão empenhado estavas em deixares-me fazer parte de ti. E isso é tão raro, e tão bonito e tão simples quando se sabe amar uma mulher.

A Ti... It was good as good goes.

Há quem diga

Há quem diga
que descansa para sonha-lo,
e que é lindo e com cor
e sabe bem ama-lo
a dormir a dor
de não o ter corrente,
ou de não o ter, ponto;
e que o sonho é ardente
aos olhos de um tonto.

Eu digo... Acordem.

Ele ontem fez-me rir...




|Essa a função de tantas vigílias: falar noites para arrumar os dias|

mjm






Foto: SaraBunny

Silêncio

"Assim como do fundo da música
brota uma nota
que enquanto vibra cresce e se adelgaça
até que noutra música emudece,
brota do fundo do silêncio
outro silêncio, aguda torre, espada,
e sobe e cresce e nos suspende
e enquanto sobe caem
recordações, esperanças,
as pequenas mentiras e as grandes,
e queremos gritar e na garganta
o grito se desvanece:
desembocamos no silêncio
onde os silêncios emudecem."


Octavio Paz, in "Liberdade sob Palavra"



E hoje sinto-me muda...

Em verdade te digo
quanto te olho deitado
dormindo descansado
que me pareces sereno
no teu sonho
-não devo ser eu quem vês.

Simples

E depois espraias
teu corpo satisfeito
de sorriso rasgado
e músicas no peito.


Quero o teu mimo
sem luxúria ou proveito.

E depois amarras
meu corpo refeito
e beijas-me a boca
num toque escorreito.

Quero sentir-te perto
sem capas ou conceito.

E depois bocejas
o sono perfeito
de quem ama e sente
na alma o respeito.

Quero fazer-te feliz
sem costume ou afeito.

Porque prometi
Porque não antevi
Porque não quero
-sem ti-.

Para o meu querido Alguém.

Tenho medo e é só isso. Não que o medo seja coisa simples por si só. Mas não me passa mais nada para além de medo. Tenho medo que não gostes do que encontras. Tenho até medo de ser eu própria, por ter medo de mim quando o sou. Tenho medo das idades. Não que elas sejam muito distas, simplesmente o que advém da diferença é complicado. Tenho medo de não entenderes, tenho medo até de falar. E logo eu, que até sou alguém que diz coisas, tantas coisas às vezes. Sempre podes mandar-me calar quando achares que falo demais. As conversas banais fazem parte do meu dia-a-dia, mas o que te queria dizer em nada era banal.
Queria dizer que te gosto. Que te gosto muito assim. Que entraste e que tenho medo. Porque não sei, a frio, se é mútuo. Tenho medo de pôr a carroça à frente dos bois. Tenho medo que tenhas medo de mim. Não porque sou perigosa (porque de perigosa tenho pouco) mas, sim, porque exijo. Não sou simples, nunca fui. Mas também não sou complicada, simplesmente sinto. E o que sinto assusta-me, não porque não goste de sentir, porque acho que sentir torna-nos vivos, mas sim porque te vejo a deixar-me entrar, também.
Tenho medo de não te fazer feliz. Não que ache que não consiga, mas porque és diferente. Nem sei muito bem como és com o que sentes, nem sequer o que sentes nem como reages quando sentes. Sei que gostas, e isso também eu. Mas não sei se sentes suficiente, e eu não sei se o que sinto me dará forças.
Sinto que gosto de coisas complicadamente simples. Gosto de segurança, sem aborrecimento. Não me importo de discutir, desde que o objectivo final seja comum. Não me importo de distância, desde que me sinta "em casa" enquanto estás longe. Sim, gosto de atenção, de mimo. Gosto até daquele amor foleiro e meloso, cheio de beijos e carícias... Sinto que gostas também e isso é positivo.
Não sei se gostas de falar comigo, ou de sequer estar comigo. Eu sinto que sim. Mas o que sinto já me atraiçoou tanta vez, que já não confio nos sentimentos. Confio mais no que vejo, no que toco, no que me mostram.
Não gosto de me sentir insegura. E é o sentimento que me tem avassalado nestes últimos dias, porque não sei de nada. Porque tenho medo de falar. Ainda tentei, mas noto que não te sentes a vontade em falar. Pensei que fosse a tua maneira de me mandar calar. E eu calei-me. Não te quero assustar, longe de mim querer fazer-te sentir desconfortável.
Acho que acordas bem, e fazes-me bem quando acordas. Já te disse isto. A tua boa disposição é contagiante e fazes-me rir com vontade. Gosto que me façam rir, e eu sei que todas as mulheres dizem isto. Mas eu sinto-o. Acho que a vida é sempre melhor encarada com um sorriso, e sempre tentei rir-me nas minhas piores horas, assim como adoro fazer rir os outros.
Sinto que me fazes falta. Não uma falta exagerada a ponto de não conseguir fazer nada, mas saudável. Acho que a saudade é má. Não porque significa coisas más, mas porque não gosto de me sentir inquieta. Gosto de conforto. Gosto de me sentir "quente" por dentro, mas não gosto de me sentir abanada. E é abanada que me sinto nestes últimos dias.
Acho que me tens como alguém diferente do que sou. E por isso tenho medo. E por não querer mudar a imagem, por ter medo que não gostes da volta, é que me calo, que não falo. Eu sei que todo ou qualquer relacionamento é feito na base do diálogo. Mas é o início e eu calo-me. Acho que não é a hora, nem tenho coragem para te enfrentar de cara, porque o que tenho para dizer pode não ser o correcto e não quero apenas "dizer coisas". Então calo-me.

E eu não te quero longe...
E não penso mais nisto

(ponto)

Oh me, oh wine...

Como adoro vinho. Não só pelo aconchego que me dá, mas também porque me faz ficar leve! E não é isso o mais importante na vida? O estar leve? Não pensar no que te faz sofrer ou nas pessoas que te desiludiram ao longo destes 25 anos de existência?

Talvez a idade esteja a levar a melhor. A verdade é que sou nova, mas sinto-me velha, cansada de dar e não receber, cansada de correr maratonas e nunca chegar à meta! Qual é a meta? Não sei muito bem... Talvez será encontrar o que te faz sentir "em casa", aconchegada no teu íntimo, quente por dentro, apaixonada...

É... A vida muitas vezes leva a melhor; e a melhor parte, por vezes, é o teu todo.

Fala-me...

...
da dignidade de ser maior
coração que os simples Quadrados
-culpados-
da imensidão de ser-se gente com condição
de amor sem fim para ser-se superior
-ao furor-
das metas indistinguíveis
por ser-se forte pela mão
-da ambição-
do amor de dentro para mim
com desejo limpo e eco latido
-despido-
de falta de apatia que te crio
como quem anicha com vontade
-a saudade-.

(In)pulso

Queria secar.
Queria ficar.
Queria dormir.
Queria não especar
a parede
-estúpida inanimada-
até surgir boca
e palrar.
Queria não ter raiva,
nem sonho,
nem pesadelo,
nem afago,
nem vontade
-do que curo-
de ter porto,
(não cidade,
mas seguro).
Queria Ser alguém
por mim
por mais ninguém,
correr
porque faz bem,
não amar
nem odiar.
Nem abarcar
-com cérebro de berbequim-
em dias custosos,
ou fogosos.
Seria melhor
apagar trilhos
da mente
que (me) fazem acordar
o que ele sente.

Queria estar bem.
O que isso?
É sentir
que a vida vale
O que ela tem.

Queria estar sem.
O que é isso?
É sentir
o absoluto nada
por ninguém.

O trabalho
de só se ser só
é árduo;
mas água mole
em pedra dura
tanto bate
até que fura.

(ARRE...)



Salvador Dali, A Desintegração da Persistência da Memória

Sentimento "vende-se"

Não fales
-por favor-
do que não sabes
-amar-
Busco o nexo
-sexo-
na arte de colher
-cheiro-
a fim de fugir
-deitada-
do sentir presa
-apagada-
a absolutamente tudo
-ou nada-.

De quando em vez...

As palavras não irrompem?
De quando em vez,
Mas é raro
A escassez
De bloqueio.

As lágrimas emergem?
De alma ferida
É um todo perigo
Chorar comedida
Sem perder nexo.


A saudade aperta no âmago

Quando subsiste o efeito
De amar o (des)alento
Definhando devagar
Por dentro...

Fazes-me Falta



"Trago-te no riso enterrado, nas lágrimas que me lançaste, escadas de incêndio para a sabedoria da felicidade, na pele escaldada pelo brilho da noite, depois do mar."


"Deslizo para esta solidão demasiado humana de não poder voltar a ser sozinho, como era quando tu existias, nesta mesma cidade, e eu já nem sequer pensava em ti."

Ouve


Parece instável
o ser-se natural.
Sim, ser-se só
-Mente- o que se é.

Ouve meu amor
de forma angelical,
sem mais demora
porque eu sou assim...
Não me peças
melhor que isto.
Não serei
menos vã;
Pois aquilo que entendes
nem sempre é o que quero
exprimir -redimir-
com palavras doces.
O amargo esconde-se
por entre caramelo,
o frio corta
e duro é,
tão forte como
teu ser sin(gelo).
Ouve meu amor
sem mais choro ou soluço:
Sim, o amor é vão
(já dizia alguém perfeito)
mas todos caímos
no seu enredo estreito.

Até parece errado
o ser-se natural.
Sim, ser-se só
-Mente- o que se é.

Espaço

Aqui que ninguém nos ouve...




O espaço é enorme... Tão enormemente frágil!

Cabe nele gritos acéticos, desabafos perros, beijos acesos e soluços coxos... São pulos de alegria sobre palavras treslidas em tom errado... Nele estão passeios de mão dada e cabeças baixas de quilómetros... É tudo tão desmesurado para a pequenês do Momento... Ou será tudo tão intenso para a distância que foge fria?

E no fim do início de tudo que é bom... Será que cabe algo mais?!

Mas só aqui, que ninguém nos ouve...

Tem tempos.

Hoje vou...


... tentar começar a apreciar a companhia de ninguém.


Voo

Fico tão fraco
Tão furiosamente fraco
Desmanchadamente transparente
Descontroladamente diferente

Gosto de ficar aqui
Não há espaço para esconder o fogo
E deixo-me escorregar...

Olha-me tão fraco
Tão orgulhosamente chato
Despido e destemido, tão fraco
Perigosamente desfeito no teu leito

Gosto de ficar aqui
Não há espaço para esconder o corpo
E deixamo-nos escorregar...

Leva-me devagar...

Vê-me tão alto
Desprendidamente alto
Inatingivelmente distante
Escondido entre as luzes... tão fraco...

Tenta-me tirar daqui
Já só quero descansar o corpo
E deixa-me flutuar...

Leva-me devagar...



De: Tiago Bettencourt

Get it On!!!

Hoje não


Ao ver uma porta aberta
Alguém tentou entrar
Mas eu já disse
Se de corpo é bem-vindo,
A alma resiste
E de fora assiste.

Ao ver uma porta aberta
Alguém entrou
E de luz ligada
Viu que não estou
Para esperar por ti…
Hoje não...

Not frightened

“I'm not frightened; I'm not frightened of anything. The more I suffer, the more I love... Danger would only increase my love. Do we shop in it, do we give it spice, I will be the only engine you need...You will leave life even more beautiful then you entered in it… Heaven will take you back and look at you and say only one thing can make us so complete, and that thing is love."

In "The Reader"

De volta

É só olhar
E volto a agarrar,
Volto a ler
As curvas da perdição;
E ler não é sofrer
mas, sim, procurar,
O que perdi, em tempos
O que fugiu da mão.





Não mata,
Mas fere mais
Andar a fugir
Do que se sente;
Vou tirar a teima,
Vou arrancar a mente
Como cabelo partido
No pente.

Quem te viu bambolear
Pensou estar tudo errado,
E quem vestiu má pele
Estava deste lado;
Teimaste em riscar
O fim do meu chão
Nunca medindo a distância
De teus passos à razão.

Não me apetece

E de vez em quando é assim: vivo numa suspensão de tudo, de interesses, de leituras, de escrita. Possivelmente é um erro supor-se que um interesse, seja qual for, reside nisso mesmo em que se esta interessado. Não está. Um interesse remete sempre para outro e outro, até ao interesse final que tem a ver com a própria vida, o motivo global que nos impulsiona. Há que haver, pelo menos, uma razão final e genérica para que as razões circunstanciais ou ocasionais tenham um efeito propulsor. Há que termos essa razão, mesmo inconsciente, para que todas as outras actuem em nós. E o que não acontece quando por exemplo dizemos que estamos sem interesse. Não nos apetece ler, não nos apetece escrever, não nos apetece ir ao cinema, ouvir musica, etc., quando falta uma razão global em que isso se inscreva. E então dizemos, sumariamente, isso mesmo: que não nos apetece. Se temos um grande desgosto, se estamos condenados por uma doença, etc., justifica-se o interesse por essa razão. Significa isso que essa razão é o fundamento global que nos falhou para qualquer outro interesse subsistir. Os que superam esse estado são excepcionais ou loucos ou de força de vontade ou obsessivos, o que tudo é um modo de dizer que se está fora dos limites normais. Hoje estou em dia de suspensão - venho-o estando, aliás, há já dias. Só não sei a razão fundamental para que seja assim. Vou pensar aplicadamente para ver se sai.




Virgílio Ferreira, in "Contra-Corrente 5"

Bocageando

Bocage já não sou,
porque a Boca já dei.
De cona quase nova
só ar forçado apanha,
Não sopres que não incha;
É triste não conseguir
tão pequena façanha.

Atrás da igreja [não] foi
num belo Domingo destes.
Tu com tua verga zarolha,
deixas conas e nadgazinhas
de tal maneira insatisfeitos,
que até padres desesperados
davam melhores fodinhas.

És mau de cama, Ui Senhor!
És muito pior de pé.
Raio membrudo desobediente;
nem, necessitada, punheta
nem saliva esforçada,
levanta, desanimado, caralho,
muito menos espicha ranheta.

Arre, Mau Tumescido,
ah, D. Palma satisfeita.
Será tua amizade com ela,
-essa puta ladra gulosa-
tão viciante e potente assim
que não reste umas sobrinhas
de, tão desejado, tesão para mim?

Age seu cabrão murcho,
asno do inútil caralho.
Não vales o pequeno caralho
que tua Santa mãe te deu,
nem sequer o teu
caralho com frequência usas.
Caralho... ninguém me fodeu!!!



Escrito a 26/12/07

Lição


Sinto-me, toda mim, confusa
No rigor que toda vida exige;
O mal que consome, me alenta,
O bem que entretém, me sustenta.

Falo, silenciosa, coisas de mais
Ando, de arrasto, em constante ânimo;
Nem eu sei, nunca eu antevi
O que da vida sempre pedi.

Confiada, desconfio de tudo
Destemida, com medo de mudança;
Como quem pára ao fim de uma jornada
E sua vista está quebrada.

Cansada, continuo em força
Até reconhecer que andei p'ra nada;
E p'ra nada, aguentava
Pensando que errando, lá chegava...

Tempo

Foi pouco.
Como vento. Passou
Tocou de leve…
E tudo
Levou
– longe –
Ainda bem para
Mim.
Sim… Águas passadas
Não movem
Nada...
Atracada.

Senti o que foi.
E já perdi
Tempo. De ti.
Ardido?! Talvez.
Dorido?! Perdão.
- foi escassez de palavra e sentido -
Vivo?
Sim
- de nariz altivo
e olhar
sumarento -
Consigo.
Contigo.

Pobre Velho



Era uma vez, numa qualquer cidade
Um senhor susto bicho:
Amarelado e barbudo,
Cabelo langoso e ar cizudo,
Que berrava a quem olhava,
E belas meninas assustava.

Por entre ruas e ruelas
O senhor lá ía vivendo:
Estranho cheiro a mijo,
Desdentado e sem cizo,
Era ele, assim, deambulante
esperando seu tempo findante.

Mancava, o Velho traste
No correr apressado do mundo:
Só bengala, gasta, o sustinha,
Tinha a camisa manchada da vinha,
E quem passava de fininho
Via um velho encharcado, sozinho.

Dizem que a vida
São dois dias estonteantes:
Pobre barbudo roído;
Um dia, amado,
De madrugada, preciso,
No fim, largado.

Talvez passe...



Mais um dia assim…
Vai-te deixando assim…


Talvez a noite deite
Talvez o dia se erga
Talvez, por entre horas,
Se faça Luz.

Mais um dia assim…
Vai-te deixando assim…

Talvez aquilo que chamas
Talvez pernas,
Talvez andas,
Se movam e corram.

Mais um dia assim...
Vai-te deixando assim…

Talvez respires os mesmos ares
Talvez não respires, ponto.
Talvez o Amor se vá
Talvez o Amor se venha.

Mais um dia assim...
Vai-te deixando assim…

Pode ser que a Vida passe…
Por ti…

Noite

Com a noite as coisas concretas se apagam.

A pouca luz impõe uma ausência necessária.

O telefone não toca.

As ambições parecem dormir.

Tudo o que não pode ser visto transborda e se enamora das sombras e do silêncio disponível.

É desses momentos que surge a alma.




A um (mais que) Ausente

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.


Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aqui
escênciade viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.



Antecipaste a hora.


Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.


Que poderias ter feito de mais grave
do que o acto sem continuação, o acto em si,
o acto que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?




Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.





Sim, tenho saudades.


Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.





O Triunfo dos Porcos

"Diz-se que o homicídio é o crime que qualquer um pode cometer,e eu percebo. Basta andar de táxi todos os dias.
Infelizmente não há dia em que não ande, pelo menos, duas vezes de carro de praça... Já não vou falar dos odores que os passageiros deixam, nem das nódoas nos assentos, ou do cheiro a sebo dos condutores, denunciando a evidente falta de banho. Não, eu não vos quero falar disso. Antes da coisa mais deplorável a que assisto diariamente. Deplorável, estranha e inexplicável. Apesar de eu ir sentada no banco de trás, os taxistas sentem-se à vontade para insultar as mulheres, mas insultar de uma maneira que não se aproxima, sequer, do pior comentário salazarento/xanófobo. É algo que está para além disso: é uma misoginia (que eles não sabem ter, nem sequer o que é) intragável. É um ódio visceral de americano cambatente para iraquiano indefeso. É o princípio da guerra nas ruas. Eu confesso-vos: gostava de os exterminar.
A questão é: como é que, transportando uma mulher no banco de trás, estes camelos acham que podem insultar outra da minha espécie? Mesmo que fossem homens?! Mesmo que fossem benfiquistas?!
Que raio de gente é esta que não respeita nada nem ninguém? Se eu não fosse ali era indiferente? Era. Ou talvez pior. Eles - a maioria certamente - acham que as mulheres deviam estar em casa a coser-lhes as meias fedúncias e esburacadas que calçam limpas ao sábado e se passeiam pelo táxi até à semana seguinte. Eles querem é o "comer" na mesa, o pente no bolso de trás e o corta unhas-afiado. Mulheres a conduzir? Mulheres a conduzir melhor que eles? O que é isso? Essas porcas merecem, é, uma liçãozinha, e vem daí, independentemente de a D. Cidália ir com eles no carro e pagar-lhes por isso (!), venha de lá o insultuzinho que os liberta tanto como a queca de dois minutos que vão dar depois ao Martim Moniz.

No outro dia entrei num táxi que cheirava a sexo. Cheirava nitidamente a fluído fresco e forte. E eu, já sem aguentar, disse ao taxista: "Está um cheiro insuportável neste táxi!". O homem - rapaz novo - ficou um pouco atrapalhado e justificou-se com o passageiro que acabara de transportar. Fez questão, até, de me mostrar o "spray" que usara depois para "refrescar" o carro, mas em vão. Se o passageiro era ou não do Continente Africano, não sei. Que o táxi me cheirava a sexo, ai isso cheirava, e o meu olfacto, garanto-vos, é o meu sentido mais apurado.

Com isto dos cheiros ainda aguento, saindo do táxi, ou abrindo a janela, mas com os insultos misóginos é demais. Vai haver um dia em que, qual senhora de idade atacada por um meliante, vou sacar da mala e dar-lhes tantas na cabeça que os vou deixar atordoados. Eu queria muito que chegasse esse dia, embora tenha que escolher bem a mala que vai cheirar a ranço para o resto da vida.

O que vai na alma destes homens que expelem tanto ódio em relação às mulheres? Será que a culpa é do futebol que já não lhes dá tantas alegrias? Ou só do Camacho?
É muito difícil ouvirem-me dizer mal deste país. Vivo aqui porque gosto e caso estivesse mal, teria de me mudar. Só gente de mal com a vida insiste e crucificar os governantes, o trabalho, a vida. (Alguém pode explicar ao Vasco Polido Valente que se ele escrever positivamente em relação a alguma coisa, ninguém deixa de gostar dele?)... Eu não sou de botar abaixo. Nunca fui. Mas os taxistas, os taxistas mereciam um PNR contra eles! Eu punha os cartazes no Marquês! (O problema é que o PNR é o partido deles...)

Odiar as mulheres e insultá-las assim, devia dar direito a cadeia. Quando for no táxi e ouvir um comentário misógino, dê cabo deles. Suje a mala se for preciso.

Alguém tem que os ensinar a ser gente!!! "
"Oh God, make me good, but not yet!"


In: "O sexo e a Cidália"
DN, 2 Fevereiro 2008

Minha Cura

Estou calma…

Sinto de novo
No peito
Refeito,
A Alma.

Estou calma…

Tenho meu mundo
Na palma:
Da mão - que agarra;
Do pé - que segue.

Estou calma…

Venham ventos
Venham chuvas
Venham mares
Venham brumas…


Estou calma…

Curaste

Minh' Alma...

Ser Luís "Homem"

Justo injustiçado,
Acertivo em falsidade,
Amável de tristeza,
É este Homem na verdade.
Fazer do simples
O amar dorido;
O acto eterno
De amar varrido...

Que nem doido
Correr sangrento
De pernas leves;
Mesmo sem vento
Abrir asas
Com tempo,
E morrer
De contentamento…

Ser Homem sem temeridade
É ser Leão em atitude,
É ser Homem de coragem,
É ser Anjo em plenitude…

Sobre mim

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Porto, Portugal
"Here is my secret. It is very simple: It is only with the heart that one can see rightly; what is essential is invisible to the eye."

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