Sr. Egoísta

Se comigo não gozas,
Se comigo te preocupas,
Peço perdão, Sr. Egoísta,
-porque mais ôco do que tu, só eu-
Não sabes o lugar que ocupas.

Entre dias e dias
De noites escritas
E cabeças ao vento
Mandas-me apenas “um fôlego”
Para acalmar meu alento?



Entre dias e dias
De vida arrastada
E cabeça na mão
É só isso que me dás?
E só isso que vale um coração?

Dizes tu, por meios poéticos,
Que és mestre da destruição,
Mas sem arte, sem treino.
Pois digo-te que se treino tivesses
Eras Rei do inferno.

Tenho que dizer
Fiquei espantada
Quando, sem contar,
Recebo resposta
Perguntando como estava.

Oh, meu Deus,
Perdeste dois minutos comigo;
Deu-te ataque de consciência.
Como dizes
Saber ser amigo...

É sempre assim,
Quando se gosta de alguém;
A noite é dura
Quando se quer ver
Os sonhos que o outro tem.

2 Coisa(s):

Anónimo disse...

Que dizer deste poema? Primeiro, é um tema totalmente esquecido e ainda bem que foi abordado, o tema daqueles que olham e vivem à volta do seu umbigo. É excepcional, por ser raro, não é vulgar e tem uma força estrondosa. A métrica é perfeita, parece que canta a raiva e o a tristeza, o ressentimento. E a poesia e mesmo isso! Perfeito em todos os aspectos. Poemas sobre amor são fáceis, mas sobre o desamor é muito mais complicado exprimir. Continua a escrever que é um deleite ler.
Obrigado!
Beijocas, Bárbara

Ai e Tal... disse...

Obrigado miúda ;) Entendes-me eu sei... Por isso um beijão ainda maior para ti!!!

***MUAH***

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"Here is my secret. It is very simple: It is only with the heart that one can see rightly; what is essential is invisible to the eye."

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